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sábado, janeiro 22, 2011

No Banco do Brasil...

Há muito tempo, quando o Banco do Brasil era considerado o maior banco rural do mundo, mantinha em sua Carteira Agrícola um quadro de avaliadores (também conhecidos por "fiscais") que eram pessoas com conhecimentos na área, contratadas para verificar "in loco" se os pedidos de financiamento estavam em ordem, etc., etc.







Ocorre que nem sempre eram pessoas com bom nível de escolaridade. O que valia era o conhecimento prático. Daí nos relatórios constarem algumas "batatadas" que algum gaiato, como não poderia deixar de ser, anotou para alegria de todos nós:






- "O sol castigou o mandiocal. Se não fosse esse gigante astro, as safras seriam de acordo com as chuvas que não vieram".






- "Mutuário triste e solitário pelo abandono da mulher não pode produzir".






- "Acho bom o Banco suspender o negócio do cliente para não ter aborrecimentos futuros".






- "Vistoria perigosa. As chuvas pluviais da região inundaram o percurso, que foi todo feito a muito custo".






- "Mutuário faleceu. Viúva continua com o negócio aberto".






- "O contrato permanece na mesma, isto é, faltando fazer as cercas que ainda não ficaram prontas".






- "Foi a vistoria feita a lombo de burro com quase 8 km".






- "A máquina elétrica financiada era toda manual e velha".






- "Financiado executou trabalho braçalmente e animalmente".






- "O curral todo feito a capricho, bem parecendo um salão de baile a fantasia".






- "Visitamos o açude nos fundos da fazenda e depois de longos e demorados estudos constatamos que o mesmo estava vazio".






- "Os anexos seguem em separado".






- "A lavoura nada produziu. A garantia era um jumento, mas o mutuário fugiu montado na garantia".






- "Era uma ribanceira tão ribanceada que se estivesse chovendo e eu andasse a cavalo e o cavalo escorregasse, adeus fiscal!".






- "Tendo em vista que o mutuário adquiriu aparelhagem para inseminação artificial e que um dos touros holandeses morreu, sugerimos que se fizesse o treinamento de uma pessoa para tal função".






- "Chegando à fazenda do Sr. Pedro "Jacaré" e não encontrando o referido réptil..."






- "Assunto: Cobra. Comunico que faltei ao expediente do dia 14 em virtude de ter sido mordido pela epigrafada".






(Fonte: anotações diversas de vários funcionários).





Bonito é para ser lido e pensado

Não importa se só tocam

o primeiro acorde da canção

a gente escreve o resto

em linhas tortas

nas portas da percepção

em paredes de banheiro

nas folhas que o outono leva ao chão

em livros de história

seremos a memória

dos dias que virão

(se é que eles virão)

Não importam se só tocam

o primeiro verso da canção

a gente escreve o resto

sem muita pressa

com muita precisão

nos interessa o que não foi impresso

e continua sendo escrito à mão

escrito à luz de velas

quase na escuridão

longe da multidão

Somos um exército

(o exército de um homem só)

no difícil exercício de viver em paz

Somos um exército

(o exército de um homem só)

sem bandeira,

sem fronteiras para defender, pra defender...


Não importa se só tocam

o primeiro acorde da canção

a gente escreve o resto

e o resto é resto

é falsificação

é sangue falso, bang-bang italiano

suíngue falso, turista americano

livres dessa estória

a nossa trajetória não precisa explicação

(e não tem explicação)

Somos um exército
(o exército de um homem só)

no difícil exercício de viver em paz

somos um exército

(o exército de um homem só)

sem bandeira,

sem fronteiras para defender,pra defender...

Não interessa o bom senso diz

não interessa o que diz o rei

(se no jogo não há juiz

não há jogada fora da lei)

não interessa o que diz o ditado

não interessa o que o estado diz

nós falamos outra língua

moramos em outro país

Somos um exército

(o exército de um homem só)

sem bandeira,

sem fronteiras para defender

Somos um exército

(o exército de um homem só)

Nesse exército

(o exército de um homem só)

todos sabem que tanto faz

ser culpado ou ser capaz

... tanto faz ...